Tratamento da síndrome geniturinária da menopausa

Estudos epidemiológicos indicam que a menopausa é o principal fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios do assoalho pélvico e casos eles já existam, sua gravidade aumenta significativamente após a menopausa.  

Na menopausa, não há apenas uma diminuição na produção dos estrogênios, há também uma regulação negativa dos receptores estrogênicos na parede da vagina.  

Os estrógenos são hormônios vasoativos, portanto, eles aumentam o fluxo sanguíneo vaginal, o que ajuda a manter o pH vaginal baixo pela proliferação dos lactobacilos da própria vaginal (mecanismo de defesa). Eles também podem influenciar o controle da micção através desse aumento da vascularização do endotélio uretral (atuando no mecanismo intrínseco de continência da uretra) e também atuam na musculatura da bexiga (músculo detrusor) modificando a sensibilidade dos receptores responsáveis pela contração (muscarínicos) vesical.  

Os receptores estrogênicos são encontrados, além da vagina, no trígono vesical, uretra proximal e distal, canal anal e possuem função também nos tecidos para uretrais, esfíncter uretral externo, ligamentos útero-sacros (responsável pela sustentação do útero e parte superior da vagina) e musculatura do assoalho pélvico. 

Por isso, quando há a atrofia da mucosa vaginal ocasionada pela baixa dos estrógenos pela menopausa, há a grande incidência e a piora importante dos sintomas gênito-urinários já existentes.  

Os sintomas urinários relacionados à Síndrome Geniturinária da Menopausa são: 

– Urgência urinária;  

– Urge incontinência 

– Aumento de frequência miccional; 

– Dor para urinar (estranguria);  

– Aumento de sensibilidade vesical; 

– Necessidade de acordar para urinar (noctúria); 

– Dor em baixo ventre; 

– Ressecamento vaginal; 

-Dor para ter relação sexual (dispareunia);  

– Disfunção miccional (dificuldade para urinar); 

– Incontinência urinária de esforço. 

O tratamento vai depender do quadro de cada paciente.  

Cabe lembrar, que sintomas semelhantes também ocorrem em mulheres jovens que acabaram de ter filhos e estão amamentando ou nas mulheres jovens que estão tratando endometriose ou mulheres que estão fazendo tratamento para câncer de mama com bloqueadores hormonais.  

Para a produção de leite, e no tratamento da endometriose há um predomínio da progesterona com redução importante dos estrógenos, similar ao que ocorre na menopausa. 

Já as mulheres com câncer de mama que estão usando bloqueadores hormonais como o tamoxifeno, o que ocorre é uma menopausa forçada pela medicação. 

O tratamento se baseia no uso de hidratantes e lubrificantes específicos com ácido hialurônico, óleo de coco extravirgem, são algumas opções que podem fornecer um alívio temporário.

A terapia de reposição hormonal tópica possui estudos que comprovam a sua eficácia em proporcionar alívio rápido e a longo prazo, sendo a principal indicação para tratamento da síndrome geniturinária da menopausa.  

A terapia de reposição hormonal sistêmica de forma isolada, por outro lado, é contraindicada para o tratamento dos sintomas urinários pois pode piorá-los, ou ocasioná-los.   

Há ainda a opção de laser de CO2 fracionado e a radiofrequência no epitélio vaginal. Estudos comprovam a sua eficácia e segurança a curto prazo, entretanto ainda há carência de estudos de longo prazo. Entretanto, é de grande valia, nas mulheres em tratamento para câncer de mama, pois não há risco de agravamento do câncer. 

Apesar de existir grande medo da reposição hormonal em relação ao câncer de mama, na reposição hormonal tópica, a absorção para a corrente sanguínea (via sistêmica) é muito pequena ou ausente, não sendo mais uma contraindicação absoluta, apenas relativa nas pacientes já tratadas e curadas do câncer de mama.  

O mais importante é buscar orientação médica, pois cada mulher é única.  

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